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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Vórtice: em meio a inconstância do querer (Parte III)

E ao chegar lá deparou-se com uma cena que nunca esqueceria e o perturbaria pelo resto de seus dias, como um espectro noturno sempre a espera de uma oportunidade para esgueirar-se por seu ser trazendo consigo a dor da lembrança.

***

 A luz da lua iluminava de forma precária as duas silhuetas presentes na sacada, era quase impossível reconhecer-lhes a feição, somente um detalhe era visível de onde Ethan estava, eram um homem e uma mulher.
A luz dos candelabros bruxuleava vivamente iluminando com um tom de amarelo a cena que se desenrolava bem em frente à seus olhos.
Ethan sentiu o ar faltar e o coração se apertar como se uma mão invisível o estivesse esmagando. Ele conhecia a mulher, era sua musa, sua ninfa perfeita, seu crepúsculo incandescente...E agora estava ali nos braços de outro, se ele ao menos pudesse reconhece-lo...
Evelyn se encontrava em meio à bruma, confusa e pálida, sem consciência do que a cercava, sentia uma mão envolver lhe a nuca e os cabelos que agora estavam soltos caindo-lhe pelas espáduas como uma cascata de fogo, seus olhos estavam fixos, presos aos olhos negros como a noite que tinha a sua frente.
O estranho a envolvia pela cintura aproximando-se mais e mais a cada instante, ela sentia seu corpo grudado ao dele, enquanto seus cabelos eram puxados para trás o que fazia com quem ela se inclinasse deixando a boca e o queixo totalmente expostos ao estranho que a comia com os olhos.
Ela sentia que ele podia ver sua alma, navegando por seus pensamentos e correndo junto com o desejo existente em sua corrente sanguínea, ela sentia-se quente, fervendo, e queria muito, muito mesmo que ele a beijasse e fizesse o que quisesse com ela, a tensão sexual entre eles era quase palpável.




Evelyn não pensava, não que ela pudesse, ela estava hipnotizada pelos olhos de seu captor, totalmente perdida em seu próprio desejo, ela nunca se sentira assim.
O estranho se inclinou para o que parecia ser, um beijo em seu pescoço e ela não pode conter um gemido de antecipação, o que o fez sorrir, um sorriso lindo e assustador ao mesmo tempo, seu lábios eram razoavelmente finos, seus dentes eram perfeitos, sua pele era branca como a lua e seus cabelos escuros como as trevas que banham a terra após um eclipse, era perfeito, mas algo em seu olhar a fazia teme-lo e deseja-lo com mais intensidade ainda.
Ele fechou os olhos e ela fez o mesmo enquanto ele passava sua língua suavemente sobre a veia saltada de seu pescoço de forma lenta e deliberada, aproveitando cada segundo, sentindo o gosto lentamente.
Foi então que veio a dor, ela sentiu-se perfurar, seu pescoço latejava violentamente e ela sentia seu sangue escoar pelos dois furos causados por ele, vampiro. Ela sabia o que ele era, todos ali sabiam sobre a existência dos filhos das trevas, que era como eles os chamavam, pois era na noite que eles viviam e do medo que eles se alimentavam, pelo menos era o que diziam as lendas.
O nome saiu com um ofego de seus lábios e ela não podia impedir sua voz de soar fraca apesar dela odiar aparentar fraqueza.
Mas, a dor mal teve tempo de se espalhar por seu corpo, na verdade, ela mal teve tempo de senti-la, pois em seguida um prazer doloroso a invadiu fazendo com que ela perdesse completamente a força, o que a fez desfalecer sobre os braços fortes dele, gemendo de prazer.
Ela sabia que era errado, profano e ela não deveria estar gostando, mas era simplesmente impossível resistir, ela queria ele, mesmo que ela não soubesse seu nome e absolutamente nada sobre além do fato de ser lindo e um vampiro que provavelmente a mataria assim que terminasse, mas naquele momento ela não pensava em nada disso.
Ethan assistia horrorizado a cena que se desenrolava bem diante de seus olhos, atônito e sem poder se mexer, ele via sua amada nos braços de outro, gemendo de prazer enquanto ele a sugava como se ela fosse um vinho delicioso do qual ele necessitava.
Ethan sabia que aquilo não podia estar acontecendo, ela seria banida, expulsa da sociedade e vista como uma amante de vampiros assim que vissem suas feridas ou a vissem nos braços daquela criatura, mesmo que ela nada tivesse feito além de permitir que ele a sugasse. Ele não sabia o que fazer, ele não era forte o suficiente para afasta-lo, mas ele precisava fazer algo antes que alguém além dele visse aquilo.
Olhando por cima do ombro para ter certeza de que ninguém olhava naquela direção, Ethan encaminhou-se para a criatura determinado a fazer com que ele soltasse sua amada prima, mesmo que isso lhe custasse a vida, ele pagaria o preço se fosse necessário. A criatura nem o notou tal entretida estava em beber do sangue de Evelyn enquanto acariciava seus seios.
Tentando se concentrar em não sentir ciúmes ele o empurrou com toda a sua força, o que fez com que ele deixasse Evelyn cair no chão como um saco de arroz, ela se levantou atordoada olhando a sua volta com os olhos arregalados de surpresa e, assim que seus olhos caírem sobre Ethan, ela começou a chorar, pois era a única coisa que ela poderia fazer em meio a sua vergonha, agora que ela podia pensar com clareza ela via o quão errado foi ela não ter lutado contra o vampiro, mesmo que ele a atirasse pela sacada seria melhor morrer a ver o que ela viu nos olhos de Ethan: Magoa, traição e orgulho ferido, e tudo por culpa dela.
Evelyn se encolheu o mais perto possível da parede desejando que pudesse sumir enquanto via o vampiro pular pela sacada quando Ethan tentou vira-lo para encara-lo, assim sendo eles não puderam ver seu rosto que todo tempo estivera encoberto pelas sombras, mesmo quando estivera com ela em seus braços.
Ethan suspirou aliviado e ao mesmo tempo intrigado, afinal, porque a criatura fugira quando poderia facilmente aniquila-lo? Mas ele não tinha tempo para esses questionamentos agora, ele deveria tira-la de lá, leva-la para o seu quarto para ajuda-la a se recompor, pois ninguém poderia saber o que acontecera essa noite, pois se soubessem, ela estava perdida.
Suavemente para não assusta-la, ele caminhou para perto dela, em seguida sentou-se ao seu lado e puxou-a para os seus braços delicadamente.
_Shh, tá tudo bem, só...Só precisamos sair daqui, você sabe que ninguém pode saber – disse ele enquanto acarinhava seus cabelos.
_Sai daqui Ethan, eu não mereço que você cuide de mim, trai sua confiança! – respondeu ela entre o choro.
_Não seja tola Evelyn, quero cuidar de você, como seu melhor amigo e não seu amante, como seu amante, meu orgulho está ferido terrivelmente, mas não quero pensar sobre isso, primeiro garantimos sua segurança, depois conversamos.
_Mas, eu não mereço Ethan, eu estava gostando, você não entende – respondeu ela, sua voz era pouco mais que um sussurro e ela o olhava com seus grandes olhos de esmeralda.
Ele respirou fundo, controlando o monstro de ódio e ciúme que ameaçava libertar-se dentro dele.
_Depois Evelyn, depois falamos sobre isso, agora venha comigo – dizendo isso ele se levantou e a fez caminhar com ele – coloque meu casaco e caminhe ao meu lado como se nada tivesse acontecido, se precisar, sorria, e feche o seu vestido, está aberto de forma indecente.
Ela olhou para baixo e viu que seu espartilho estava um pouco aberto na parte dos seios, envergonhada demais para falar qualquer coisa ela o fechou e fez o que Ethan disse, periodicamente ela lançava um sorriso e um aceno totalmente forçados para algum conhecido, torcendo para que saíssem logo do maldito salão sem nenhum problema.
Mas ao saírem do salão eles se depararam com Lorde Henry, o prometido de Evelyn, ele pareceu não gostar nada do que via, e analisou friamente os jovens a sua frente.
Apesar do medo que sentiu, Evelyn não pode deixar de notar como ele era belo e majestoso, o que era intensificado pela luz do luar que iluminava seu rosto tornando suas feições mais belas do que nunca, seus olhos escuros brilhavam maldosamente e seus lábios estavam abertos em um sorriso satisfeito, mas suas sobrancelhas estavam levantadas demonstrando surpresa. Henry era 10 anos mais velho que Evelyn, apesar de aparentar bem menos.
Ela ofegou, se de medo ou espanto ela não soube dizer, mas ela queria sumir, evaporar como agua no banho de vapor e subir para os céus onde estaria livre de toda essa confusão.
_Ora ora, vejo que nem precisei mandar chama-la querida, que bom, fico satisfeito que tenha vindo me ver, caminhe comigo.
Evelyn se sentiu como uma corça encurralada pelo caçador, ela não sabia o que fazer, lançou um olhar desesperado para Ethan que estava com uma mascara fria, pela qual não deixava perpassar nenhuma emoção.
_Devolva o casaco a ele e vamos, temos algumas coisas a conversar – disse Henry de forma incisiva.
_Mas ela está com frio, ela pode me devolver amanha, não há problema, íamos exatamente buscar o casaco dela – disse Ethan de forma controlada.
_Sendo assim ela pode devolve-lo pois eu a levo a seus aposentos para buscar um próprio, até lá ela não congelara, garanto – respondeu ele sorrindo mais ainda.
Evelyn não sabia o que fazer, pois, se entregasse o casaco a Ethan, não haveria o que fazer, Henry veria a ferida recém aberta em seu pescoço e a denunciaria a todos, ela se sentia sufocar, tentando pensar o mais rapidamente possível em uma saída, que ela sabia, não encontraria.

Continua...

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2 comentários:

  1. Ai eu quero a 4 parte! Muito bom esse vampiro, e esse ar europeu que a cena tem nos transporta para os grandes e hipocritas saloes cheios de amantes!

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  2. Esse lorde é conde :P

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