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terça-feira, 10 de abril de 2012

Impulso lunar



Os olhos que fitam a lua cheia.
São os mesmos que me despem nas noites sem luar.
Os lábios que uivam na nevoa.
São os mesmos que me beijam durante o dia.
O nariz que sente o cheiro de sangue.
É o mesmo que outrora sentira o meu perfume.
O corpo que deseja minha carne.
Já desejou meu corpo.

***

Meu namorado é um demônio da noite, uma besta soturna que mata e sente prazer com isso, entrando em êxtase com o despedaçar da carne sob suas patas e presas,  os gritos estridentes de dor que ressoam enquanto ele se banqueteia em sua luxuria.

Ele um dia já tentou se controlar, domesticar a selvageria da fera que vive em seu interior - tão mais forte e poderosa que dos homens comuns - para não ser mais como é: um monstro da noite, sem coração ou alma. Mas ele não pôde, ele jamais poderia mudar quem, ou o que, é. Assim como eu também não pude.

A besta que corre dentro dele, gemendo por sangue, clamando por morte, é a mesma que nada pelo corpo, sua sede é tão forte que machuca, numa dor física que só é saciada pela caça.

E a carne fresca entre os dentes acompanhada dos gritos, são o que me impulsionam, pois quando a lua brilha no céu, cheia e poderosa, o prazer é tudo, a vontade é o que manda, o instinto é o que importa. A tradição deve sempre prevalecer.

E o sexo após a transmutação para a forma humana, ainda banhados com o sangue da vitima, é infernal, meu corpo queima de desejo e vontade de mais enquanto ele me penetra coberto de sangue e morte, derramando vida dentro de mim numa dança macabra e saborosa, em que o sangue escorre por toda nossa pele e seu gosto se propaga por nós.

Neste momento somos dois animais em pele humana comemorando a vitória do mais forte –que somos nós – a matança que é doce e para nós é vista como uma arte que devemos aperfeiçoar cada vez mais.

Meu namorado é uma besta que reside na noite e geme pela lua cheia enquanto o satisfaço, porque de fato, também sou uma criatura da noite que adoraria arrancar a sua pele e comer seu coração lentamente, degustando pedaço por pedaço, enquanto você grita de horror, numa histeria lúgubre que me leva ao orgasmo.

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Um comentário:

  1. Maravilhoso, voltei, sou a tal anonima da postagem do dia 31, como vai. Vou contar-lhe uma coisa, meu namorado também é um monstro, mas não é um lobisomem, nem um vampiro. Ele é um assassino, e eu não ligo a minima, pois isso me exita. Todas as noites que ele chegar em casa coberto de sangue de suas vitimas, me faz quere-lo de tal forma que nem me importo se o tapete é branco e importado ou que a roupa de cama tem que lavar a seco, tranzamos assim mesmo e aquilo me incita ser do mesmo jeito que ele, mas paro e penso que isso não é pra mim. Prefiro espera-lo em casa para tranzarmos loucamente no chão da sala ou na bancada da cozinha, manchados de sangue do que fazer o mesmo que ele e quando chegar em casa ver que isso perdeu a graça. Te surpreendi não? E você deve achar que é mentira... Bem, posso te assegurar que não é, e é mais exitante do que imagina... Beijos e até!

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