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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Paraíso perdido


Créditos da imagem a: Nathalia Suellen

O controle de quem fui perde-se na bruma.
Desvanecendo-se no tempo carmesim.
Doce deleite da lua rubra que colore a prata pele de um anjo caído.
Deixe-me sentir o cheiro das camélias.
Que transbordam o vermelho metálico.
Em meu Éden decadente.

Um canto ressoa na cinzenta noite retumbante.
A solene hora em que a sinfonia dos mortos faz-se ouvir.
Ela vibra em suas tumbas pútridas de ossos calcários.
Eterna prisão onde jazem os indigentes.
Seres perdidos no pó.
De um futuro que nunca existiu.




sábado, 18 de agosto de 2012

Os Sete {Parte VII}


Orgulho

   Sonhando você delira, enquanto suas vaidades te levam ao limbo inexorável de seus desejos. Preso por tua própria vontade, suas palavras são sua verdadeira prisão e a vergonha de ser e seu único obstáculo.





O dia caiu como um bloco de pedra sobre o orgulhoso corpo que, de ressaca, chorava como “um bezerro desmamado”.
Era “o fim” pensava ele entre soluços desvairados, afinal todos os poderosos másters haviam sido atingidos por “sabe-se-lá-o-que”, suas reputações impecáveis estariam agora manchadas por toda a eternidade, e suas soberanas existências de trabalho e dedicação, contaminadas.
Infeliz, o Orgulho retirou-se de sua suíte, de roupa, cara e orgulho amassados, e foi encontrar-se com seus companheiros que ainda se encontravam dormindo, as caras vermelhas e inchadas de choro, no quarto de Gula.
Era uma cena tão bonita e carismática que o belo Ostentoso não pode resistir e chorou como um crente fervoroso ao ver o que considera o milagre supremo, ele estava comovido até a raiz dos cabelos.
Lá para o meio-dia o anjo enviado pelo escritório celeste chegou para verificar a situação dos 7, já que a coisa começava a ficar realmente feia na terra, e um caos estranho e politicamente – ou melhor, moralmente – correto se estabelecera por toda parte.
Mal deitou sus olhos sob a celestial criatura, o Orgulho lançou-se em seus braços, chorando desesperadamente emocionado por terem se lembrado dele “nesse dia tão lindo”.
Desvencilhando-se de tal criatura, o anjo, que percebera quão grave era a situação, pôs-se a estudar com o maior afinco possível a coisa toda, mas não haviam pontos de referencia em lugar algum, nunca antes acontecera algo desse porte.
Portanto, apesar de passar o dia procurando em seus grimorios e o “diabo a quatro” o encantador anjo não conseguiu encontrar nem a causa, nem a solução. Tendo por fim, que se dar por vencido e dirigir-se ao escritório para comunicar o fracasso e buscar alternativas, antes que “a vaca fosse pro brejo” de vez.
E naquela noite, ninguém segurou o choro na terra e muito menos escondeu seus sentimentos.


Continua no epilogo que postarei assim que possível :)

Redenção



No sopro do vento que soa como cânticos em meus ouvidos
Sussurros esquecidos na nevoa purpura dos desejos
Ouço o milagre da vida
A magia que flui pela terra
Numa energia latente que ecoa pulsante pelo mundo
Como sangue na veia densa

Em braços divinos meus olhos semiabertos observam
O anoitecer que desce sobre a superfície mundana
Como cortinas de um espetáculo que se encerra
Seus braços quentes e cálidos
Trazem um sentido de lar.
Um estar em casa que nunca antes senti.

Os soluços que em espasmos saem de meu peito
que arde em combustão de chamas indolores
São libertadores
E a cada sopro de ar que passa por meus pálidos lábios
Sinto meus erros sendo purgados
E minha alma ficando mais leve

Em meu peito a certeza do pertencimento
O sentido de ser aferroado em minha carne
Cada batida rítmica de meu coração alquebrado
Me guiou até esse momento singelo
Em que meus passos tortos e errantes
Tornar-se-ão firmes

Meu corpo em queda
Desfazendo-se em pó e convertendo-se em nada
Eu sou o mundo e fluo por tudo
Escorrendo pela terra
Como uma parte importante de um ciclo eterno
Em que um é todos, todos são um.

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