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terça-feira, 31 de maio de 2011

Memória Perdida


No rio vermelho berrante.
Densos escorrem os rostos de minha memoria.
Num redemoinho vermelho e negro.
Denso e profundo como a mente humana.

Onde as insipidas memórias se entrelaçam.
Confundindo-se em meio ao consciente e o inconsciente.
Nos emaranhados nervos que me compõem.
Sensíveis e resistentes.

E os rostos borram-se em meio a  nevoa vermelha.
Esvaindo-se, perdendo-se...
Enquanto a escuridão se aproxima;
fazendo com que o eu em mim já não exista.

Perdendo a identidade que um dia tive.
Esquecendo-me de tudo aquilo que meus olhos viram;
Que meu corpo sentiu e minha mente pensou.
Já não me resta nada, pois eu já não sou nada.

Como um náufrago de mim mesmo.
Minha perdição eu mesmo causei.
Ao ser-me demais, ao pertencer-me demais.
Ao querer mais a adrenalina que eu.

Nada me falta, porque já não posso ter algo.
Pois tudo o que tenho, logo perco.
Em meio a nevoa vermelha que encobre a memória;
do que um dia fui.


















30 de Maio de 2011.


Ps.: Obrigada P.E. por me inspirar  pra fazer esse poema! <3

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Noite Eterna


Se em teus olhos vejo chamas ardentes refletidas no negro
Queimando em meio a escuridão  pérfida da noite
busco te encontrar
E, minhas mãos angustiadas buscam, tateando...
Mas só há a noite.
Tudo a minha volta se esvai.
E a dor da perda me invade como adagas de madeira.
Cortando-me e me dilacerando.
Quero gritar, mas a minha voz se vai junto a minha corrente exangue.
Como um morto vivo na noite fria e eterna.
Quero te encontrar todos os dias.
E tua lembrança me atormenta, como um fantasma.
Sempre a espreita me faz gritar e chorar.
Autoflagelando me em meio a languida loucura que me consome.
Diga-me porque você faz isso...
Se sabe que não voltará e que jamais poderemos nos reencontrar.
Você sabe que tudo aquilo que era vida em mim partiu com você.
Só a morte me restou, com seus dedos frios que me acariciam.
São as únicas caricias que sinto.
E a volúpia vermelho berrante que escorreu por tua pele.
Se infiltrando em meu ser com fúria.
Corrompendo o anjo puro que me habitava.
No demônio obscuro das noites.
Me exilando, deixando-me somente a noite.
Ah, quisera eu que tivesses me deixado morrer
Já que em pouco me abandonarias, levando consigo o que de mim restava...
Queria ter a coragem necessária para encontrar o sol.
Mas sei que após vê-lo, só me restará o inferno.
Pois você corrompeu tudo de bom que existia em mim.
E só me deixou  a dor.



30 de Maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vórtice: em meio a inconstância do querer (Parte II)

_Boa noite adorada prima – disse ele inclinando a cabeça em sua direção em um comprimento completamente polido – e... Belas damas que a acompanham – dizendo isso ele pega mão de todas, uma por uma, de forma tão galante, que as pobres, após esse gesto realizado por ele com extrema maestria, se encontravam totalmente atordoadas dando sorrisinhos bobos.
Evelyn se sentia sufocar com a proximidade de Ethan, e o roçar de sua pele na dela lhe causavam lembranças indesejadas “por Deus, como o quero”, pensava ela em desespero por saber que por mais que ela necessitasse se afastar dele, sua necessidade por ele, era ainda maior.
Com toda a determinação existente em seu corpo ela conseguiu manter um dialogo agradável com as moças; Niniane, Genevieve, Maline, e ao mesmo tempo com Ethan.
Os minutos se arrastavam, transformando-se em horas e, após um tempo ela se viu irritada com Ethan, pois ele se mostrava totalmente jovial e despreocupado flertando abertamente com todas as suas amigas, enquanto ela se esforçava ao máximo para que sua voz saísse firme e não em sussurros.
Evelyn não compreendia como poderia ser tão influenciável e se recriminava mentalmente por mudar tão facilmente de opinião, já que, minutos atrás estava decidida a nunca mais permitir-se ceder a tentação de tê-lo junto a seu corpo, e agora sentia um desejo quase irrepreensível de agarra-lo pelo colete preto que torneava perfeitamente seu peitoral, joga-lo no canto mais escuro do salão e toma-lo como seu novamente, sem ter que se preocupar com o que pensariam a seu respeito, afinal eram todos uns fofoqueiros hipócritas, que poderiam ser comparados a urubus, que sobrevoam o ceu sempre a espera de uma tragédia, para então devorar o coração dos envolvidos, afinal, a chantagem era a moeda de troca mais utilizada na corte.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fogo na relva

Uma sinfonia lúgubre toca em minha mente;
enquanto  a lua redonda e leitosa se derrama pelo céu;
e o gelo frio como Alasca endurece meu coração.
E os anjos já não podem cantar.

A relva densa e pálida encobre as montanhas.
Nada se vê, a não ser o fogo;
e o fogo escorre por cada canto da mata;
E as deidades já não podem dançar.

No lago tudo é vermelho como o sangue;
pois nele se reflete o fogo, o fogo da mata.
E os animais já não podem respirar.

Ao lado da rodovia jaz uma bituca de cigarro;
um vicio, uma droga, um irresponsável...
E os pássaros já não podem voar.









10 de Maio de 2011.

sábado, 7 de maio de 2011

Vórtice: em meio a inconstância do querer.


Quando um coração não sabe o que quer a inconstância se torna constante, trazendo consigo a dor e o sofrimento, calcando feridas na alma do ser que se perde em meio a noite eterna e morna que o cerca.

***
Dois olhares. Como dardos embebidos em veneno, lançados. Suspiros. Saudade. Medo.
Evelyn se sentia acuada, sem conseguir respirar, presa em uma teia de afetos e desafetos, medos. Não havia para onde correr, não que ela acreditasse que de fato fosse capaz de fugir, correr e sumir por entre a bruma da noite, acompanhada ou não por Ethan, ela já não se importava.
Mas ela não podia fugir, não quando sua família colocara seu nome e honra assim de forma tão entregue em suas mãos, tudo dependia dela. Era como um abismo sem fim no qual ela caia cada vez mais sem ao menos poder gritar, sofrendo quieta.
Sentindo sua pele acima dos seios protuberantes serem levemente tocados ela se volta alarmada e se depara com uma borboleta de asas vermelhas adornada com  pequenos desenhos negros como o carvão.


Nostalgia

Na noite fria e mórbida
Os galhos secos da figueira
Se arrastam pelo vidro opaco
Como sussurros esquecidos ressoa

Atormenta meu ser com o medo refeito
E meus flagelos infantis ressurgem
Como vindos da bruma cintilante
Que envolve minha memoria

Relembro daquilo que já foi
E suspiro pelo que não será
Em meio a nostalgia pálida do sonho
Acordada penso que sonho

Em meio a aclamada lembrança do que fui
Brusco definir aquilo que sou
Na mesclagem transcendente
Que encobre a inconsciência de meu ser.



terça-feira, 3 de maio de 2011

Angústia

A angustia fria e mórbida escorre por minha pele;
mordendo-a com dedos finos;
e castigando cada partícula de meu ser.

E com dentes pontudos me rasga.
Sugando de mim todo meu sangue;
Minha essência.

Como um vampiro inóspito habitante de meu ser.
Esquecido em meio a bruma de meu inconsciente.
Ela me devora.

Seus anseios e desejos não se limitam a minha carne
Quer expressamente ferir meus sentimentos e meu coração
Sugar de mim todo e qualquer vestígio de felicidade

Como um espectro perdido em minha própria mente.
Invisível...
Ao qual combato todo dia, em meio a noite eterna de meu ser.




















28 de Abril de 2011.

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