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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Doce veneno


Sei que é meu veneno e vai me matando aos poucos, mas quero solvê-lo até a ultima gota, mesmo que isso me mate.
 É como saber que a morte se encontra atrás da porta bem a sua frente e mesmo assim não resistir a tentação de abri-la. 
É um desespero tênue, uma resignação doce que te faz prosseguir e ir além do que achava que era capaz. Te mostra que você sempre esteve errado sobre você mesmo, e que seus limites são feitos para serem quebrados. E descobre que mesmo com o coração e a alma rasgados em pequenos pedaços de retalho, você prefere tentar costurá-los, pedaço por pedaço, com pequenas linhas de felicidade e afeto, do que esquecer tudo aquilo que passou. Pois sentir, mesmo que doa, é melhor do que não sentir nada.
E você simplesmente não consegue imaginar-se completo sem aquela presença, que é como tortura. Sendo ao mesmo tempo a solução e o único problema que você não sabe como resolver, por mais que você se esforce, não consegue entender.
É como afogar-se em vinho tinto, a ausência do ar arde e te machuca, você sabe que morrerá se não fugir, mas o sabor doce do vinho a descer por sua garganta, adoçando o amargo da vida é simplesmente irresistível. 
É algo inexplicável, que nem você acredita, te faz querer gritar consigo mesmo, chorar e se recriminar por ser tão deprimentemente solitário ao ponto de aceitar certas coisas. Mas ao mesmo tempo você simplesmente sabe que isso é sinal de que você é maduro o suficiente para saber que ninguém é perfeito, você não é, como pode exigir que os outros o sejam e não errem?
É como uma brisa fresca num dia de verão em pleno deserto, que te dá esperanças para continuar mesmo contrariando todas as expectativas.
O amor é... É um veneno doce, as vezes machuca de tanto prazer ou felicidade, já em outras te rasga ao meio de dor fazendo você desejar simplesmente fechar os olhos e não abrir mais, somente para não ter que enfrentar essa dor.
O amor é pleno, carrega com ele todos os outros sentimentos, como parceiros de caminhada, eles são inseparáveis e se você o deseja, deve aprender a conviver com todas as faces dele e aceita-las, é a única forma de aprender a amar.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Procuro alguém


Eu procuro alguém que me chame de sua,
Que grite comigo se for preciso.
Que me vire do avesso, me olhe nos olhos.
E me diga com atitudes que lhe sou cara.

Eu procuro alguém...
Que eu não devia procurar, pois tudo aquilo que procuro não encontro.
E o que encontro nunca é o bastante para mim.
Assim como eu pareço nunca ser o bastante...

Eu procuro alguém que não me engane.
Que seja sincero mesmo que me magoe.
Porque eu prefiro a dor da verdade.
Ao regozijo da ilusão.

Eu procuro alguém...
Assim como todo mundo.
Um companheiro e parceiro de caminhada.
Para me dar a mão quando eu já não tiver forças para prosseguir.

Eu procuro alguém que me ensine.
Que me ensine a amar.
Porque meu coração quebrado parece ter esquecido.
E sinceramente tenho medo.

Eu procuro alguém que me ame do jeito que sou.
Sabendo dos meus defeitos e limitações.
Para que eu também posso ama-lo
com defeitos e tudo.

Eu... Eu procuro alguém
que me mostre o céu.
Porque do inferno eu já estou cheia.

Fada encantada


Fada encantada dos meus sonhos de vidro.
Perdida no limbo de seu próprio destino.
É por ti que grito acorrentado à meus medos sangrentos.
Olhando nos olhos da peste pútrida que tu és.

Fada encantada que é puro tormento.
Acalenta meu peito que nada no fel.
Com sangue a escorrer das artérias como mel.
Leva a dor que me rasga com unhas outrora conhecidas.

Fada encantada perdida no pântano dos desencantos.
Já não sabes quem és nesse mundo hediondo.
Onde a dor se multiplica como pequenos cogumelos.
E o sabor se torna cada vez mais amargo na boca.

Fada encantada que outrora foste bela.
Mas hoje és fria como um iceberg.
Sabes o que és? Sabes quem fostes?
Fostes a mais bela das graças que a dor do mundo um dia estragou.


Obrigada Sofia Geboorte pela imagem :)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amado lobo encantado


Nas asas de um anjo negro de medo
Meus sonhos desvanecem-se no vento frio
Inundando minha alma de languido desespero
Que me corrói a pele como ácido que me faz queimar

Minhas unhas compridas e vermelhas mesclam-se com seu sangue quente e efervescente
Que me chama e me clama
Num grito mudo e desesperado que faz meu corpo delirar
E o desejo que consome minha carne é como uma possessão
Não tenho controle sobre ele...
Não há como.

Nessa noite de lua cheia onde os mortos das tumbas ressurgem
E o fantasma de meu passado caminha ao meu lado com garras pútridas
Querendo rasgar-me em frangalhos
Cortar minha carne em pequenas tirar dolorosamente pequenas

A lua faz com que eu possa vê-lo brilhantemente pálido à luz da lua
Com seus olhos escuros como o breu a fitar-me...
Eles não me acusam, nunca o fariam...
Mesmo que o gosto de seu sangue ainda esteja tatuado em minhas glândulas salivares...

Eu não pude conter o monstro que existia em mim como você fizera com o seu.
Eu precisava deixa-lo sair...
Mas o que eu não queria era vê-lo partir.
Não mergulhado em vermelho a afogar-se em seu próprio sangue...
O seu pelo negro era sedoso e brilhante.
Nossas noites tranquilas e belas...

Eu só queria poder tê-lo de volta.
Mesmo sabendo que a culpa de tudo sempre fora minha.
E eu viveria com ela para sempre, sem ter o sossego nem mesmo na morte.
Pois os mortos não podem morrer.

Mas tudo o que me resta é esperar...
Em todas as noites esperar por teu fantasma alquebrado.
Preso a esse mundo assim como eu.
Meu lindo e doce lobo encantado, que era o que valia  a pena nesse mar de desalento e tormento.




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