Nas asas de um anjo negro de medo
Meus sonhos desvanecem-se no vento frio
Inundando minha alma de languido desespero
Que me corrói a pele como ácido que me faz queimar
Minhas unhas compridas e vermelhas mesclam-se com seu sangue
quente e efervescente
Que me chama e me clama
Num grito mudo e desesperado que faz meu corpo delirar
E o desejo que consome minha carne é como uma possessão
Não tenho controle sobre ele...
Não há como.
Nessa noite de lua cheia onde os mortos das tumbas ressurgem
E o fantasma de meu passado caminha ao meu lado com garras pútridas
Querendo rasgar-me em frangalhos
Cortar minha carne em pequenas tirar dolorosamente pequenas
A lua faz com que eu possa vê-lo brilhantemente pálido à luz
da lua
Com seus olhos escuros como o breu a fitar-me...
Eles não me acusam, nunca o fariam...
Mesmo que o gosto de seu sangue ainda esteja tatuado em
minhas glândulas salivares...
Eu não pude conter o monstro que existia em mim como você
fizera com o seu.
Eu precisava deixa-lo sair...
Mas o que eu não queria era vê-lo partir.
Não mergulhado em vermelho a afogar-se em seu próprio sangue...
O seu pelo negro era sedoso e brilhante.
Nossas noites tranquilas e belas...
Eu só queria poder tê-lo de volta.
Mesmo sabendo que a culpa de tudo sempre fora minha.
E eu viveria com ela para sempre, sem ter o sossego nem
mesmo na morte.
Pois os mortos não podem morrer.
Mas tudo o que me resta é esperar...
Em todas as noites esperar por teu fantasma alquebrado.
Preso a esse mundo assim como eu.
Meu lindo e doce lobo encantado, que era o que valia a pena nesse mar de desalento e tormento.
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