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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sangue

Escorre por meus dedos tua essência perdida.
Como a doce água que outrora me saciava.
Seu delicioso sabor explode em minha boca.
Sedenta, via tua face que me sentenciava.

Teu sangue tão vermelho e forte.
Emoldurando-se aos meus lábios.
Acariciando minha língua.
Descendo por meus seios.

Me banhava em você com uma luxuria perversa.
Enquanto embebido em mim você me tocava.
Tudo tão real e ao mesmo tempo irreal.
Sua pele em contato com a minha enquanto eu te sugava...

E a vida escorre, como o doce sangue escorre.
Em meio a luxuria, teus olhos se turvavam.
E eu te segurava próximo a mim e o esperava.
Pois todos a mim retornavam.

A noite dança por minha retina felina.
Assim como o dia lá fora e eu o aguardo.
Ainda em meus braços teus olhos se abrem.
Tão confusos...Tão intensos...Sinto que ardo.

Tua boca buscava a minha descendo pela essência seca do que fostes.
Resquícios de ti que habitam em mim.
Agora voltam a ti, sempre e sempre.
Pois para nós, nunca haverá um fim.

Não mais.



16 de Agosto de 2011.

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