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sábado, 5 de maio de 2012

Desejo




Sempre que dormia, gritando acordava.
De seus macabros sonhos ela não se livrava.
Seu perverso pecado neles confrontava.
Relembrando a cena em que de castos lábios, beijos roubava.

Sempre que dormia, suando acordava.
Em seus pesadelos malditos de um corpo proibido provava.
Com uma sede inexpugnável que a controlava.
Desejando gemer, ela gritava.

Jamais confessaria que aquilo que era casto a luz do dia.
Durante a noite maculava.
No fundo sabia que de abstinência de amor seu corpo sangrava.
Mesmo assim ao acordar se torturava.

Rasgando-se em tiras, seu corpo flagelava.
Não podia aceitar o que desejava.
Mas do fundo da alma por aquilo ansiava.
Chorando para esquecer, pecava.


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