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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Veludo

Em meio aos véus de teus beijos.
O perfume das acácias inflama-se em minhas narinas.
Puro, em contraste com teus beijos impuros.
Entre o veludo pálido de teu corpo.

E o mundo gira...
Com tremor que parte de ti pra mim.
Como o Cosmos em ebulição ilícita.
Sob o orvalho frio que vaporiza ao toque de sua pele.

E a ampulheta vermelha corre e desliza;
em meio ao veludo escuro de teu corpo.
Decai e sobressai;
em meio à luz ínfima do êxtase puro que me corrói.

Em teu rosto mil pontos negros ásperos que se esfregam em minha pele.
Tão meu...
Naquele eterno e terno momento;
só meu.

A lua que brilha cheia.
Ilumina o mundo a minha volta tal qual meu ser.
Que resplandece a cada contato com o veludo firme de sua pele.
Como o próprio Big Bang, sinto-me explodir.

Tocando com as mãos o céu.
E com os pés o inferno.
Transbordando pela base do mundo.
Escorrendo pela terra plana e fértil.

Fora de mim meu ser desvanece;
perdendo-se no cetim de meu corpo.
Entre a correnteza perdida de ti;
que me invade quente.

Voltando a mim me sinto renascer.
Tal qual fênix que renasce em meio as cinzas.
Através de ti reencontrei-me em mim;
em meio a bruma negra que me sufocava.


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2 comentários:

  1. Pensei em nós lendo isso S2, sabe quem sou né? :P

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  2. Não sei quem são, remontou-me à Zenóbia, uma antiga amiga perdida no tempo.
    Lembre-se que nem todos os contos são contos, alguns evidentemente são reais.

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