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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desencontro

Anos luz te espero e te busco.
No vai e vem das ondas temporais pelas quais as vidas turbulentas navegam.
Errando por vidas inumeráveis, ascendendo ao infinito...
E a memoria do que passou do nosso amor, me escapa, por todas as vezes me foge.
E eu procuro teu rosto entre milhões, um rosto que eu já não conheço, com uma essência que me pertence.
Nossos seres se buscam, como metades.
Um imã de encontro ao metal.
E eu te espero...
Na noite imemorável do tempo.
Por luas e sois sem fim que transcorrem sobre mim.
Nas nuvens incertas da memoria esquecida e apagada.
E minha essência clama pela sua, meu corpo chama pelo teu, e o vazio em meu peito palpita na eterna busca de ti.
Pois meu coração a ti pertenceu, pertence e pertencerá até o fim dos tempos.
Porque um coração se dá por vontade própria, sem que seu portador o queira, ele simplesmente se entrega.
E isso só acontece uma vez por existência.
E meu coração...Te entreguei e entrego, e entregarei.
Na aliança eterna do amor infinito, que não se acaba nem diminui.
Por isso sofro.
E choro.
Pois te quero, te busco, e necessito de ti, mas tua essência pura já não consigo sentir.
Onde estás então amado meu?
Onde erras que não te encontro?
Buscas te a mim?
Por quantas vezes ainda essa maldição que nos separa nos vencerá?
Separando-nos sempre que nos encontramos?
Ah amado, como desejo ver teus olhos.
Teus doces olhos...Teus belos lábios...Tua fronte perfeita...
Pois já me dói na alma essa ausência de ti, que pra mim é o mesmo que ausentar me em mim.
Tal forma tua essência completa a minha numa fusão perfeita de seres.



27 de junho de 2011.


Lua Sangrenta

Na noite em que me deito, nua;
nas mãos gélidas e insólitas do vento.
Sinto o tempo a roçar meu corpo;
enquanto as folhas nas árvores caem sobre minha pele.

Tudo é escuro a minha volta e em mim;
pois o eclipse da lua comunga com o meu.
Enquanto a escuridão morta;
abraça o mundo a minha volta.

Nada mais respira, tudo conspira e espera;
anseia pela luz que logo virá.
Posso ouvir os passos a minha volta.
Sei onde estão, mas eles não sabem onde me encontrar.

Sinto o cheiro das flores silvestres;
da vegetação castigada por pés amaldiçoadas por mil vozes;
e a minha.
E é nisso que eles acreditam, com suas pequenas razões.

É irônico como as árvores das quais sempre cuidei;
sejam as que me verão partir e arder;
que a clareira onde conheci o amor e a dor, sinta meu desespero e;
assista a crueldade desses animais...

Mas não, os animais se sentiriam ofendidos com tal comparação;
com esses homens, vis homens, de corações podres e mentes ludibriadas...
E eu me lembro, oh mãe, eu me lembro...
Dos tempos em que cantando eu salvava, em que sorrindo eu curava.

Mas hoje só resta a dor, a dor da saudade.
Todos os que eu amava partiram para não voltar;
ao menos não nessa vida.
E eu choro, sim choro, lágrimas de sangue...

Da cor do fogo no qual arderei;
por uma fé que não é a minha;
diante dos homens que maltratam meu lar, minha família.
E que outrora salvei.

E a lua vermelha volta a surgir no céu...
Sei que pouco me resta agora.
O que me consola é saber que em breve reencontrarei meu amado;
e  poderemos nos amar novamente.

Ah se ele pudesse ver e pudesse falar...
Eu lhe mandaria dizer a nossa filha;
 lhe pediria para avisar;
Que em breve arde tua mãe na fogueira pútrida de Salem, onde toda a vida viveu.


15 de Junho de 2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Fotos

Em um baú perdido em meu porão.
Encontrei fotos perdidas de uma geração;
a sorrir-me, seus sorrisos cândidos e puros hoje jazem na terra em que outrora brincavam.
Com seus corpos imóveis e descarnados que  nunca mais poderão sorrir.

E se o fizessem não seriam mais belos;
seriam grotescos.
Sombras perdidas e esquecidas de uma chama que se apagou.
Como o vento frio e mórbido que acompanha a morte.

E suas histórias a muito esquecidas se foram.
Junto com seus corpos, foram ruídas;
por roedores e vermes assim como suas carnes.
E perdidas estão para sempre.

Relutante recoloco todas as fotos em seu lugar.
Desejando conhecer mais sobre os espectros que a pouco me fitavam;
de suas orbitas agora vazias;
 mas sei que os espectros das fotos jamais voltarão.

E temo o dia em que também eu;
me torne um espectro esquecido.
Em meio a bruma obscura;
que envolve a vida e a morte.




















30 de Maio de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

No fundo do mar



No fundo do mar habita meu coração;
seu pulsar acompanha o ritmo das ondas;
espumando alegremente a cada tempestade.
Quente e cavernoso, na areia lodosa e profunda.

E meu corpo perdido e alquebrado;
pelo mundo vagueia, como um robô;
escultura de carne e osso, seu sangue corre como movido por mágica.
Pois no peito, só há o vazio.

E o canto há tanto escutado ressoa;
pela alma esquecida e trépida de meu ser;
como uma melodia inesquecível...
Torturadora, enlouquecedora.

Flutuando pelo ar minha alma vagueia;
ao encontro da melodia inquieta de meu ser.
Palpitante...
Escravo da bela dama do mar que me hipnotiza e atrai.

Sua melodia melancólica me leva a sua presença.
Escravo que sou de suas vontades.
Me anulo sempre que seu canto me atinge;
como uma flecha embebida em luxuria e amor.

Necessito de sua presença.
Tal como a criança necessita de alguém que olhe por ela.
Eu preciso de seus olhos sobre mim;
e de suas mãos frias a roçar-me o peito vazio.

Pois meu coração a ela pertence;
desde o momento em que seus olhos sobre mim caíram.
E seu canto triste a mim entoou, com seus lábios rubros e doces;
sua beleza estonteante em contraste com a malvadez com que me subjuga.

E meu coração no mar palpita.
Curva-se e pulsa em meio ao balanço ininterrupto;
das ondas do mar.
Que o embalam, como ela nunca embalou.




31 de Maio de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dança social

oNa dança métrica da sociedade.
Em que as coreografias são premeditadas.
Cada passo estudado.
Nada pode ser contestado.

Como peões giramos, nessa dança coordenada.
E os que se destoam, são eliminados;
Ou no mínimo excluídos como que tomados de doença contagiosa.
Da qual deve-se manter distancia.

Nessa dança, não se deve pensar.
Muito menos contestar ou ser diferente.
Deve-se ser como um ser sem rosto.
Como bonecos de massa de modelar.

Deve-se ser facilmente manipulado.
Por mãos hábeis que sempre estão  prontas para persuadir.
Corromper, extrair.
A essência existente em cada ser.

A singularidade e a diferença não são toleradas.
E a liberdade da qual tanto se ouve falar.
É pura cantiga de ninar.
Da qual só se ouve.

Mas na verdade, ela não existe.
Se existisse não estaríamos todos amarrados.
Presos nas censuras que a vida em comunhão.
Nos impõe.



sábado, 4 de junho de 2011

Tatuagens do amor (Parte II)

São Paulo, Dezembro de 2011.

Aya, a enfermeira, se encontrava impaciente em seu turno da madrugada, afinal, na manhã seguinte tinha muitas coisas a fazer, como comprar os itens necessários para a ceia de Natal que teria que preparar as pressas, já que seus adoráveis sogros decidiram na noite anterior vir passar a noite de natal com seu filho adorado e a nora querida, esse fato soaria de certa forma adorável se não fosse pelo fato de que eles odiavam Aya,  e cada encontro ocorrido entre eles era um suplicio, pois eles sempre deixavam bem claras suas preferencias por uma antiga namorada de Carlos, Andrea, a doce e adorável Andrea.
E enquanto a cabeça de Aya era dominada por um furacão de pensamentos, o alerta do quarto 52 soava sem que ninguém o escutasse, e Anthony abandonado se debatia perdido em seus devaneios, ou lembranças, ele já não sabia distingui-las.

***

Rio de Janeiro, Fevereiro de 2000.

A lua pálida brilhava por trás da poluição, acompanhada pelas estrelas, mal era possível vê-las. As suas costas Anthony escutou um pesado suspiro e sentiu-se enlaçar, o toque quente e o perfume suave e ao mesmo tempo forte o fizeram ter a sensação de lar. Alice...Seu lar já não era onde residisse, e sim, onde ela estivesse, não importando onde fosse, ele acreditava que até mesmo no inferno se sentiria bem, se ela também estivesse lá. Sentindo-se mais tranquilo envolveu suas pequenas mãos nas suas, que estavam frias.
_Eu já não sei o que fazer Thony, parece que nada dá certo, tudo parece estar contra mim, sinto que a qualquer momento desmoronarei – virando-se para que ele a encarasse, Alice prendeu seus olhos nos dele e colocando suas mãos na nuca de Anthony o trouxe para mais próximo de si, colando suas testas, com os olhos derramando-se nos dele como se uma linha invisível os conectasse – mas ai me lembro que tenho você, e sinto que não importa quem  ou o que esteja contra mim, contra nós – corrigiu-se sorrindo – juntos podemos enfrentar qualquer coisa.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Memória Perdida


No rio vermelho berrante.
Densos escorrem os rostos de minha memoria.
Num redemoinho vermelho e negro.
Denso e profundo como a mente humana.

Onde as insipidas memórias se entrelaçam.
Confundindo-se em meio ao consciente e o inconsciente.
Nos emaranhados nervos que me compõem.
Sensíveis e resistentes.

E os rostos borram-se em meio a  nevoa vermelha.
Esvaindo-se, perdendo-se...
Enquanto a escuridão se aproxima;
fazendo com que o eu em mim já não exista.

Perdendo a identidade que um dia tive.
Esquecendo-me de tudo aquilo que meus olhos viram;
Que meu corpo sentiu e minha mente pensou.
Já não me resta nada, pois eu já não sou nada.

Como um náufrago de mim mesmo.
Minha perdição eu mesmo causei.
Ao ser-me demais, ao pertencer-me demais.
Ao querer mais a adrenalina que eu.

Nada me falta, porque já não posso ter algo.
Pois tudo o que tenho, logo perco.
Em meio a nevoa vermelha que encobre a memória;
do que um dia fui.


















30 de Maio de 2011.


Ps.: Obrigada P.E. por me inspirar  pra fazer esse poema! <3

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Noite Eterna


Se em teus olhos vejo chamas ardentes refletidas no negro
Queimando em meio a escuridão  pérfida da noite
busco te encontrar
E, minhas mãos angustiadas buscam, tateando...
Mas só há a noite.
Tudo a minha volta se esvai.
E a dor da perda me invade como adagas de madeira.
Cortando-me e me dilacerando.
Quero gritar, mas a minha voz se vai junto a minha corrente exangue.
Como um morto vivo na noite fria e eterna.
Quero te encontrar todos os dias.
E tua lembrança me atormenta, como um fantasma.
Sempre a espreita me faz gritar e chorar.
Autoflagelando me em meio a languida loucura que me consome.
Diga-me porque você faz isso...
Se sabe que não voltará e que jamais poderemos nos reencontrar.
Você sabe que tudo aquilo que era vida em mim partiu com você.
Só a morte me restou, com seus dedos frios que me acariciam.
São as únicas caricias que sinto.
E a volúpia vermelho berrante que escorreu por tua pele.
Se infiltrando em meu ser com fúria.
Corrompendo o anjo puro que me habitava.
No demônio obscuro das noites.
Me exilando, deixando-me somente a noite.
Ah, quisera eu que tivesses me deixado morrer
Já que em pouco me abandonarias, levando consigo o que de mim restava...
Queria ter a coragem necessária para encontrar o sol.
Mas sei que após vê-lo, só me restará o inferno.
Pois você corrompeu tudo de bom que existia em mim.
E só me deixou  a dor.



30 de Maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vórtice: em meio a inconstância do querer (Parte II)

_Boa noite adorada prima – disse ele inclinando a cabeça em sua direção em um comprimento completamente polido – e... Belas damas que a acompanham – dizendo isso ele pega mão de todas, uma por uma, de forma tão galante, que as pobres, após esse gesto realizado por ele com extrema maestria, se encontravam totalmente atordoadas dando sorrisinhos bobos.
Evelyn se sentia sufocar com a proximidade de Ethan, e o roçar de sua pele na dela lhe causavam lembranças indesejadas “por Deus, como o quero”, pensava ela em desespero por saber que por mais que ela necessitasse se afastar dele, sua necessidade por ele, era ainda maior.
Com toda a determinação existente em seu corpo ela conseguiu manter um dialogo agradável com as moças; Niniane, Genevieve, Maline, e ao mesmo tempo com Ethan.
Os minutos se arrastavam, transformando-se em horas e, após um tempo ela se viu irritada com Ethan, pois ele se mostrava totalmente jovial e despreocupado flertando abertamente com todas as suas amigas, enquanto ela se esforçava ao máximo para que sua voz saísse firme e não em sussurros.
Evelyn não compreendia como poderia ser tão influenciável e se recriminava mentalmente por mudar tão facilmente de opinião, já que, minutos atrás estava decidida a nunca mais permitir-se ceder a tentação de tê-lo junto a seu corpo, e agora sentia um desejo quase irrepreensível de agarra-lo pelo colete preto que torneava perfeitamente seu peitoral, joga-lo no canto mais escuro do salão e toma-lo como seu novamente, sem ter que se preocupar com o que pensariam a seu respeito, afinal eram todos uns fofoqueiros hipócritas, que poderiam ser comparados a urubus, que sobrevoam o ceu sempre a espera de uma tragédia, para então devorar o coração dos envolvidos, afinal, a chantagem era a moeda de troca mais utilizada na corte.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fogo na relva

Uma sinfonia lúgubre toca em minha mente;
enquanto  a lua redonda e leitosa se derrama pelo céu;
e o gelo frio como Alasca endurece meu coração.
E os anjos já não podem cantar.

A relva densa e pálida encobre as montanhas.
Nada se vê, a não ser o fogo;
e o fogo escorre por cada canto da mata;
E as deidades já não podem dançar.

No lago tudo é vermelho como o sangue;
pois nele se reflete o fogo, o fogo da mata.
E os animais já não podem respirar.

Ao lado da rodovia jaz uma bituca de cigarro;
um vicio, uma droga, um irresponsável...
E os pássaros já não podem voar.









10 de Maio de 2011.

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