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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Efemeridade

Imagem retirada do Google imagens e não encontrei o autor/dono da mesma,
 se alguém souber, por favor me avise.

Aquilo que fui se perdeu no tempo
e foi esquecido.
Aquilo que um dia existiu
padeceu e sumiu.
Aquilo que foi significativo
evaporou na brisa do ocaso.
Aquilo que pensei
evanesceu num sopro agridoce.
Aquilo que foi promessa
nunca se cumpriu.
Aquilo que deveria ter sido
jamais foi.
Aquilo tudo que foi sonhado
perdeu-se na vida.
Aquilo que era doce
amargo se tornou.
Aquilo que eram curvas voluptuosas
virou pó.
Aquilo que era chama
transformou-se em cinzas.
Aquilo que foi história
o tempo apagou.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Menina



Doces são as palavras que saem de teus lábios
Em harmonia celestial a dançar em meus ouvidos de menina
Mil promessas a rodopiar em valsa cósmica em meus sonhos
divinos beijos a roubar o sono

Coloridas são as fitas que rodopiam
por entre os dedos finos sedosas e vibrantes
Enfeitando os delírios, os cabelos, o corpete
um desejo a vibrar no peito

Doce é o vinho que me toca a língua
e o calor que de súbito sobe em minha face
incendiando minh'alma
ocultando meus medos

Coloridos são os olhos que me fitam
por sobre a mesa farta com paixão
azul e verde efervescentes e cálidos
um convite

Doces são os lábios que tocam os meus
que queimam minha pele e me fazem nova
me levam ao céu a cavalgar a  imensidão celeste
nessa noite prateada em que menina deixei de ser

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Fugidia Poesia



A poesia me escapa;
Por entre os dedos como a água da nascente pura;
Por entre os lábios entreabertos em suspiros densos;
Pelo suor que escorre por minhas costas nuas.

A poesia me foge e não sei como pegá-la de volta;
Como uma borboleta serelepe;
Ela flutua sobre minha cabeça, rodeando-me;
Mas sempre desvanece quando meus dedos a tocam.

A poesia foge.
Corre faceira por entre os campos e campinas.
Onde com a vista embaçada vejo-a ao pôr do sol.
Docemente sentada na relva, mas como miragem, some quando me achego.

A fugidia poesia flutua no vento;
Como folhas secas no outono a serem levadas ao acaso.
Suas cores anunciam o inverno soturno.
E me preocupo como poderei viver sem a poesia a acalentar-me nas horas frias.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Conto: À espera



Todos os dias eu aguardo ansiosamente pelo seu retorno sentada no sofá. Os olhos fixos no televisor, esperando ouvir ao longe o som de passos conhecidos a se aproximar na calçada. O tempo não existe, há somente a espera que parece não ter fim e a ansiedade agonizante.
Na escada ouço um barulho que me desperta do transe.
- Mamãe?
- Oi querido – respondo rapidamente me levantando e indo vê-lo.
Sinto-me endurecida, como uma máquina enferrujada. O coração pesado a bater no peito – O que foi? Teve um sonho ruim? – Pergunto pegando-o nos braços. Meu pequeno tesouro.
Com um aceno de cabeça ele confirma. Seus olhinhos pequenos inchados de sono, os cabelos dourados bagunçados como os do pai.
- Ah venha aqui. Mamãe vai espantar o sonho feio com muitos e muitos beijos e abraços – digo começando a beijar-lhe a face pequena e redonda e a abraçá-lo repetidas vezes.
- Vai ficar tudo bem. A mamãe está aqui – repito enquanto o carrego para o quarto. Na cama ao lado sua irmã dorme despreocupada. Com cuidado coloco-o na sua e cubro-o cuidadosamente.
- Quer que a mamãe fique aqui até você dormir? – Pergunto afastando os cabelos de sua testa.
- Uhum.
- Está bem. Então feche os olhinhos e durma bem. Vou ficar aqui.
Ele fecha os olhos languidamente, mas somente para abrir de novo, segundos depois, com uma expressão preocupada a tomar-lhe a face inocente.
- Papai ainda não chegou?
- Não... Mas não se preocupe, vai ficar tudo bem. Papai é forte, lembra?
Ele concorda com um sorriso tímido, fecha os olhos e com o rosto tranquilo adormece quase imediatamente.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

CRÔNICAS: MEMÓRIA II

A vida e o Nada


Imagem de: VikkiGothAngel

Hoje, tudo o que me resta são as memórias que se perdem na bruma de um tempo que se foi e a brisa gélida perfumada de jasmins, nessa noite pálida de lua cheia, carregará consigo o meu último e cansado suspiro. As flores negras que banhadas da prata luz lunar, possuem um brilho etéreo e difuso, já não sei a que mundo pertenço e se tudo não passa de uma ilusão. Mas se em meu corpo ainda há o sopro então serão elas as únicas a velarem por minha carne decomposta, as testemunhas lúgubres do banquete dos corvos. Pois não há nada, não há ninguém, somente o vazio e o abandono permanecem.
Em minha garganta um nó se forma ao fitar ao longe o balanço que se move fantasmagoricamente, suas correntes enferrujadas a ranger sonoramente no silêncio mórbido da noite – sinto que quase posso ver como em um filme as  lembranças se desenrolarem diante de meus olhos... Foram tantos  momentos naquele mesmo cenário e os sonhos e esperanças que nutríramos naquele tempo, os amores que jurei levar ao túmulo, qual eram afinal? Não sei...
E o sorriso doce que vazava de nossos lábios sempre que brincávamos naquele balanço rústico, onde foi parar?
Com esforço sei que poderei reviver tudo aquilo em minha mente, todos os risos e choros, e o abraço cálido de minha irmã, quase consigo sentir o cheiro de morangos no vento - para mim esse sempre seria o cheiro dela – a escapar de seus lisos fios negros enquanto me dizia que seríamos inseparáveis, “mesmo quando fossemos duas velhas feias e enrugadas, com cara de chuchu passado, igual a vovó”.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Legado



Gritando pelos sonhos que não tive
Amaldiçoo os ventos que me trouxeram
Os desígnios de um destino vil
Repleto de ocultos segredos macabros

Esse nunca foi o mundo que desejei
E a chuva fria já não lava o sangue que jorra
Gélido e mórbido
De um passado negro e perverso

A fonte de todo o mal que me possui
Fluindo lentamente pelo tempo
Ascendendo nas horas mortas
Nos pensamentos adormecidos

Era a treva da minha alvorada
Devorando minha carne e alma
Corrompendo tudo o que era eu
Sugando a vida que existia em mim

Eu não podia fugir ao pesadelo que me ninava
E as noites pérfidas que me abraçavam com dedos de aço
Era o legado que me foi deixado
Uma vida morta e suja, assassinato.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A última gota

Imagem by: White Winged
Confira o trabalho dela no link acima.

Quero sorver até a última gota
Desse cálice agridoce
Quero deliciar-me com a Sua obra e encantar-me
Encantar-me com as maravilhas de Sua criação

Dançar nas noites mornas
e sentir a brisa deslizar por sobre a pele
Cantar aos céus e louvar a Sua obra
Sentindo o mundo a respirar lentamente

Quero embebedar-me de vida
e delirar alegremente sobre os dias que se foram
roubados pelas nevoas do tempo e
sonhar com aqueles que nunca existiram

Olhar nos álbuns de fotos e sentir no peito
Um aperto doloroso de saudade
E deixar nos lábios um sorriso brincar
Acompanhado de uma pequena prece
“obrigada por essas dádivas”


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Saudade


(Não sei a quem pertence essa imagem, se alguém souber, me avise)



Navegando por águas inavegáveis
Recortando as espumas e dançando sobre as ondas
Vinha o meu sonho, meu canto, minha prece
A doce aurora das trevas do meu fado

Rasgando os mares com dedos de ferro
Ao som da harmonia diabólica de nereidas pérfidas
Seus clamores a ecoar pelas águas salinas
O meu encanto fez-se forte

Balançando em trevas e trovões
Na noite negra em que revolto o mar urrava
O hálito pútrido de Kraken lhe chegava aos flancos
Oh pálido sonho que me embalava

Sacolejando em meio ao amanhecer
Com gotas de diamantes e rubis a pingar-lhe no casco
No mastro uma bandeira negra
Em meu peito uma flâmula vermelha

Correndo em direção as ondas que quebravam espumosas
Esperei afogando-me em ansiedade
O meu desejo soprado aos céus
Materializar-se em meio ao azul infinito

Sorrindo extasiada à beira mar
Eu vi surgir um barco a remo
E nele vi meu amado a sorrir-me cansado
Seus olhos cansados, meu Oasis ansiado.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

AMOR ÉBRIO


Imagem pertencente a: Naomii


A taça sempre cheia e transbordando
Os sorrisos a dançar nas noites efervescentes
Irmandades eternas que nunca duram
Vultosos seres que desvanecem na aurora

As luzes psicodélicas rasgando a escuridão em flashes
No mundo encantado em que tudo se esquece
A Alice e a Rainha devoram-se enfeitiçadas
Embaladas pelo balanço alucinado de Eutérpe

Os beijos quentes de amores evanescentes
Ébrios sonhos que surgem na névoa difusa
Na prata noite de Baco
Que com dedos róseos, a aurora extingue.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Indescritível





O doce elixir que lhe melava os lábios rubros
As faces rosadas que brilhavam afoitas
No bruxulear das velas cálidas que recaiam
Sobre teu corpo tremulo que ia e vinha no balanço da brisa

A música primitiva que retumbava em nossos seres
O bombear dos corações em uníssono
Bailando a canção que os corpos sabem
E pela qual as almas clamam nas noites longas

Os lábios entreabertos
Os gemidos ecoando e ascendendo a imensidão da noite
Buscando manifestar o indescritível
Preencher-se de plenitude e gritar ao infinito

Amazona das horas mortas a cavalgar em direção ao céu
Subindo e descendo sob a terra dos homens
E recebendo-me por inteiro em si
Com um doce abraço que me preenchia
  

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