A poesia me escapa;
Por entre os dedos como a água da nascente pura;
Por entre os lábios entreabertos em suspiros densos;
Pelo suor que escorre por minhas costas nuas.
A poesia me foge e não sei como pegá-la de volta;
Como uma borboleta serelepe;
Ela flutua sobre minha cabeça, rodeando-me;
Mas sempre desvanece quando meus dedos a tocam.
A poesia foge.
Corre faceira por entre os campos e campinas.
Onde com a vista embaçada vejo-a ao pôr do sol.
Docemente sentada na relva, mas como miragem, some quando me
achego.
A fugidia poesia flutua no vento;
Como folhas secas no outono a serem levadas ao acaso.
Suas cores anunciam o inverno soturno.
E me preocupo como poderei viver sem a poesia a acalentar-me
nas horas frias.
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