Amortecendo a chama que queimava, vermelha.
Um vazio gélido que se propaga.
Nos passos incertos de um viajante solitário.
O eco da ausência reverbera.
Emudecendo nos lábios a canção que outrora fluía.
Os dedos insensíveis dedilham uma mórbida melodia.
Estridente e desesperadora.
É a morte em vida do trovador.
Esquecendo o que a boca jurou guardar.
Na memória dos acasos que se esparramam pelo chão.
A agridoce prece de um espectro.
Ecoa na noite que não tem fim.
Abandonando o sonho que lhe era caro.
Clama por clemência o jovem das lágrimas de cristal.
O prenuncio da miséria espiritual refletindo-se;
Nas notas tristes que escapam por seus dedos rijos.
Desbotando as cores da primavera.
Na palheta que outrora resplandecia hoje só há a decadência
e a escuridão.
No quadro inanimado um rosto, um borrão.
Um adeus.
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