Enquanto você pensa que entende
algo na eterna busca de si mesmo, eles te confundem e guiam por caminhos
diferentes dos que você queria, não tão seguros mas com certeza, mais doces...
Mas quando eles já não existem para
serem culpados por suas falhas, a quem você culpa?
***
Inveja
Na mansão dos 7 o clima era tenso, todos estavam apreensivos.
A Gula sentara-se em uma mesa e cercara-se de suas guloseimas
devorando o máximo delas que conseguia, por minuto. A Avareza estava trancada
em seu quarto sentada sob seu cofre de diamantes de olhos fixos na porta e
murmurando incoerente e periodicamente que: “ninguém levará meus preciosos”.
A
Ira, que na verdade era ele, quebrava tudo aquilo em que colocasse as mãos,
gritando que “a Luxuria é uma odiosa que fez por merecer e nele, ninguém
encostava”. O Orgulho sentava-se calmamente em seu divã preto, enquanto
observava com desdém o desespero de seus companheiros, afinal, em seu orgulho,
ele não admitia que algo, ou alguém, pudesse algum dia vir a molestá-lo, seria
muita ousadia, claro.
A Luxuria deitara-se em seu leito e adormecera após tomar várias doses
de calmante, já que ela esta inconsolável. E a preguiça dormia tranqüila sob
seu travesseiro de penas de ganso, murmurando que “ já não se pode dormir em
paz nem mesmo em um universo paralelo, onde esse mundo vai parar”.
E a Inveja, bem, a Inveja que havia passado a noite jogando cartas com
o mais próximo de uma amiga que um dia teria - a Morte - agora dirigia-se para
seu delicioso dossel, onde um sono e confortos merecidos a aguardavam.
Mas, ao passar por um espelho no corredor dourado da mansão ela se
deparou com uma visão traumática e perturbadora...